quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Carta de Dom Frei Wilmar Santin, O.Carm. Bispo Prelado Itaituba.


Dom Frei Wilmar Santin, O.Carm.
Prelazia de Itaituba, Pará
Rua Getúlio Vargas, 235
68180-020, Itaituba, PA
Tel.: (93) 3518.2820 – wsantin@gmail.com


Itaituba, 27 de Setembro de 2013.

Ao Cacique Geral,
a todos os Capitães,
à PUSURU,
e a todo Povo Munduruku

Caros Irmãos Munduruku:

Várias vezes, tanto para visitas como crismas, estive entre vocês nestes dois anos e meio em que sou o Bispo da Prelazia de Itaituba. Em cada contato sempre percebi o carinho e amor que vocês têm pelos “pain” e irmãs. Cada vez mais admiro a vossa cultura e amizade. Prometi visitar todas as aldeias e estou cumprindo aos poucos esta promessa. Já estive em mais de 15 aldeias.
No mês de Junho deste ano estive em Roma e tive a oportunidade de cumprimentar o nosso Papa Francisco. Na ocasião entreguei uma carta para ele com um colar feito por vocês. O colar foi colocado como oferta numa das crismas que fiz em aldeias do rio Cururu em Maio deste ano. O Papa ficou muito contente e me enviou uma carta de agradecimento. Estou enviando a carta em anexo e a foto da entrega do colar munduruku ao Santo Padre.
O motivo desta carta é dar alguns esclarecimentos para que se evite problemas e confusões.
Tenho conhecimento de que há pessoas que estão criando divisões entre vocês, utilizando inclusive o nome do CIMI e por consequência da Igreja Católica.
Como Bispo, portanto como responsável por todas as atividades da Igreja Católica nesta região do Pará, tenho a esclarecer:
1 – Só podem ser reconhecidos como autorizados pelo Bispo da Prelazia de Itaituba para trabalhar pastoralmente em nome da Igreja Católica entre o povo Munduruku os frades franciscanos e as irmãs, que já há 102 anos evangelizam e vivem no meio de vocês. Atualmente são: frei Ulysses e os outros “pain” de Itaituba que estão dando assistência mensal a Jacareacanga (freis Marcos, Amauri e Amarildo); as Irmãs Conceição e Cláudia, Heloísa e Francisca.
2 – As três Irmãs Passionistas (Irmãs Ana, Claudete e Irene) que estão morando em Jacareacanga também representam a Igreja Católica.
3 – Se o CIMI enviar alguém para a área, este alguém só terá autorização para trabalhar em nome da Igreja Católica se tiver uma carta escrita pelo Bispo autorizando.
4 – Recebi a informação de que pessoas estão indo nas aldeias e se dizendo do CIMI. Esclareço que, nos últimos tempos, não dei autorização para qualquer pessoa do CIMI trabalhar, em nome da Igreja Católica, na área indígena Munduruku, mesmo porque o CIMI não me pediu.
5 – Em especial quero esclarecer que uma tal de Ana Laide, que não conheço pessoalmente, não tem qualquer autorização do Bispo para trabalhar em nome da Igreja Católica entre vocês. Tudo o que ela falar, fizer ou sugerir será sempre em seu próprio nome ou da instituição a que ela pertencer. É necessário este esclarecimento porque ela foi estagiária no CIMI mas se demitiu durante a última assembleia no mês de Julho. O fato de ela já ter estado ligada ao CIMI pode gerar dúvidas sobre se ela ainda é do CIMI ou não. Assim deve ficar claro que ela não tem nada mais a ver com Igreja Católica, quando se tratar de trabalho entre os Munduruku. Portanto, se vocês quiserem ouvir e seguir esta pessoa, vocês são livres para seguir, mas se surgir problemas deve ficar claro que a Igreja Católica não tem nada a ver com suas atividades na área indígena de Jacareacanga.
Sei que vocês tem uma grande luta em relação às hidrelétricas. Vocês tem meu apoio nesta luta bem como o apoio dos “pain” e irmãs. Vamos permanecer unidos confiando na graça de Deus, mas lutando pelos nossos objetivos. POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO!

Fraternamente em Cristo



Dom Frei Wilmar Santin, O.Carm.
Bispo da Prelazia de Itaituba


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