Dom
Frei Wilmar Santin, O.Carm.
Prelazia de Itaituba, Pará
Rua
Getúlio Vargas, 235
68180-020,
Itaituba, PA
Tel.:
(93) 3518.2820 – wsantin@gmail.com
|
Itaituba, 27 de Setembro de 2013.
Ao Cacique
Geral,
a todos os
Capitães,
à PUSURU,
e a todo
Povo Munduruku
Caros Irmãos
Munduruku:
Várias
vezes, tanto para visitas como crismas, estive entre vocês nestes dois anos e
meio em que sou o Bispo da Prelazia de Itaituba. Em cada contato sempre percebi
o carinho e amor que vocês têm pelos “pain” e irmãs. Cada vez mais admiro a
vossa cultura e amizade. Prometi visitar todas as aldeias e estou cumprindo aos
poucos esta promessa. Já estive em mais de 15 aldeias.
No mês de
Junho deste ano estive em Roma e tive a oportunidade de cumprimentar o nosso
Papa Francisco. Na ocasião entreguei uma carta para ele com um colar feito por
vocês. O colar foi colocado como oferta numa das crismas que fiz em aldeias do
rio Cururu em Maio deste ano. O Papa ficou muito contente e me enviou uma carta
de agradecimento. Estou enviando a carta em anexo e a foto da entrega do colar
munduruku ao Santo Padre.
Tenho
conhecimento de que há pessoas que estão criando divisões entre vocês,
utilizando inclusive o nome do CIMI e por consequência da Igreja Católica.
Como Bispo,
portanto como responsável por todas as atividades da Igreja Católica nesta
região do Pará, tenho a esclarecer:
1 – Só podem
ser reconhecidos como autorizados pelo Bispo da Prelazia de Itaituba para
trabalhar pastoralmente em nome da Igreja Católica entre o povo Munduruku os
frades franciscanos e as irmãs, que já há 102 anos evangelizam e vivem no meio
de vocês. Atualmente são: frei Ulysses e os outros “pain” de Itaituba que estão
dando assistência mensal a Jacareacanga (freis Marcos, Amauri e Amarildo); as
Irmãs Conceição e Cláudia, Heloísa e Francisca.
2 – As três
Irmãs Passionistas (Irmãs Ana, Claudete e Irene) que estão morando em
Jacareacanga também representam a Igreja Católica.
3 – Se o
CIMI enviar alguém para a área, este alguém só terá autorização para trabalhar
em nome da Igreja Católica se tiver uma carta escrita pelo Bispo autorizando.
4 – Recebi a
informação de que pessoas estão indo nas aldeias e se dizendo do CIMI.
Esclareço que, nos últimos tempos, não dei autorização para qualquer pessoa do
CIMI trabalhar, em nome da Igreja Católica, na área indígena Munduruku, mesmo
porque o CIMI não me pediu.
5 – Em
especial quero esclarecer que uma tal de Ana Laide, que não conheço pessoalmente,
não tem qualquer autorização do Bispo para trabalhar em nome da Igreja Católica
entre vocês. Tudo o que ela falar, fizer ou sugerir será sempre em seu próprio
nome ou da instituição a que ela pertencer. É necessário este esclarecimento
porque ela foi estagiária no CIMI mas se demitiu durante a última assembleia no
mês de Julho. O fato de ela já ter estado ligada ao CIMI pode gerar dúvidas
sobre se ela ainda é do CIMI ou não. Assim deve ficar claro que ela não tem
nada mais a ver com Igreja Católica, quando se tratar de trabalho entre os
Munduruku. Portanto, se vocês quiserem ouvir e seguir esta pessoa, vocês são
livres para seguir, mas se surgir problemas deve ficar claro que a Igreja
Católica não tem nada a ver com suas atividades na área indígena de Jacareacanga.
Sei que
vocês tem uma grande luta em relação às hidrelétricas. Vocês tem meu apoio
nesta luta bem como o apoio dos “pain” e irmãs. Vamos permanecer unidos
confiando na graça de Deus, mas lutando pelos nossos objetivos. POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO!
Fraternamente
em Cristo
Dom Frei
Wilmar Santin, O.Carm.
Bispo da
Prelazia de Itaituba
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