Foi divulgada, nesta quinta-feira (12), a primeira mensagem do Papa
Francisco para o Dia Mundial da Paz, celebrado no dia 1º de janeiro de 2014,
com o tema “Fraternidade, fundamento e caminho para a paz”.
Em sua mensagem, o Sumo Pontífice recordou que “a fraternidade é uma
dimensão essencial do homem”. Ele ainda lembrou que sem a dimensão fraterna
entre os povos “se torna impossível a construção de uma sociedade justa, de uma
paz firme e duradoura”. A mensagem ainda aborda temas atuais como o fenômeno da
globalização, a paz, a guerra, a pobreza, o crime organizado, a economia e o
relacionamento do homem com a natureza.
O Papa iniciou sua mensagem dizendo
que “a família é a fonte de toda a
fraternidade”, e,“por vocação, deve contagiar o mundo
com o seu amor”. Utilizando-se da figura bíblica de Caim, o Santo Padre recordou que “a
humanidade traz inscrita em si uma vocação à fraternidade”, assim como “a
possibilidade dramática da sua traição”.
Segundo o Pontífice, o egoísmo diário e a indiferença para com o próximo
são a base de muitas guerras e injustiças, e que “muitos homens e mulheres
morrem pelas mãos de irmãos e irmãs que não sabem se reconhecer como tais”.
“Quem aceita a vida de Cristo e vive n’Ele reconhece Deus como Pai e a
Ele Se entrega totalmente, amando-O acima de todas as coisas. O homem
reconciliado vê em Deus o Pai de todos e, consequentemente, é solicitado a viver
uma fraternidade aberta a todos”, diz Francisco.
Pobreza e economia
Em sua mensagem, o Pontífice recordou que a fraternidade é premissa para
vencer a pobreza e cobrou políticas que garantam a todos direitos básicos como
emprego e educação. Sobre economia, o Papa alertou que as diversas crises
econômicas que assolam o mundo “têm a sua origem no progressivo afastamento do
homem de Deus e do próximo, com a ambição desmedida de bens materiais e o
empobrecimento das relações interpessoais e comunitárias”.
“Não se pode ignorar a fome”, diz
Papa em videomensagem
“É uma vergonha”, diz Papa sobre tráfico de pessoas
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Paz e guerra
“Ao longo do ano que termina, muitos de nossos irmãos e irmãs
continuaram vivendo a experiência dilacerante da guerra, a qual constitui uma
grave e profunda ferida infligida à fraternidade”, disse o Pontífice, que,
citando seus predecessores Paulo VI e João Paulo II, reafirmou: “A paz é um bem
indivisível: ou é um bem de todos ou não o é de ninguém”. Em sua mensagem,
Francisco ainda faz um forte apelo ao desarmamento.
Corrupção e crime
organizado
Segundo o Santo Padre, o egoísmo individual também é a fonte de toda
corrupção e de toda organização criminosa. Ele fez duras críticas àqueles que
lucram com as drogas, com o tráfico de seres humanos, o crime, os abusos contra
menores entre outros. “Essas organizações ofendem gravemente Deus, prejudicam
os irmãos e lesam a criação, revestindo-se de uma gravidade ainda maior se têm
conotações religiosas”, diz o Pontífice.
Fraternidade e
relação com a natureza
Segundo o Papa, a criação de Deus está à disposição do homem para que
ele a administre com responsabilidade e amor, pensando no bem comum e nas
futuras gerações. “É mais do que sabido que a produção atual é suficiente, e,
todavia, há milhões de pessoas que sofrem e morrem de fome, o que constitui um
verdadeiro escândalo. Por isso, é necessário encontrar um modo para que todos
possam se beneficiar dos frutos da terra”, disse o Pontífice.
O Sumo Pontífice concluiu sua mensagem exortando os homens a se voltarem
para a sua condição transcendente, pois “quando falta esta abertura a Deus,
toda a atividade humana se torna mais pobre, e as pessoas são reduzidas a
objetos passíveis de exploração”. Ele termina dizendo que “o serviço é a alma
da fraternidade que edifica a paz”.
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